Languishing em Servidores Públicos da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte, Brasil

Languishing in Public Servants of the Department of Health of Rio Grande do Norte, Brazil

Languishing en Servidores Públicos de la Secretaría de Salud de Rio Grande do Norte, Brasil

Anatália Gomes Duarte Costa

Flávia Christiane de Azevedo Machado

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Resumo

Durante a pandemia da covid, houve a ascensão de termos como o languishing (estado emocional entre a depressão e a ansiedade, traduzido como apatia profunda). Assim, este estudo seccional (maio a outubro de 2022) visa analisar a saúde mental de servidores da Secretaria Pública Estadual do Rio Grande do Norte, RN, Brasil, utilizando o Formulário Curto Contínuo de Saúde Mental (MHC) modificado, que mensura a frequência de languishing, e analisar a associação, por meio do teste Qui-Quadrado de Pearson, entre languishing x perfil socioeconômico e languishing x características do trabalho durante período da covid-19. Para tanto, foi composta amostra de 88 servidores (estimada por N=974, grau de confiança 95%, margem de erro 10%) da Secretaria Pública Estadual do RN, em 2022. Como resultados, identificou-se aumento da demanda de atividades no período crítico da covid-19, segundo 80,7% dos respondentes; e 65,9% relataram episódio de contaminação. As principais dificuldades no trabalho foram: caráter remoto, estrutura física e distanciamento social. Idade e tempo de lotação apresentaram associação significativa com languishing; 51,2% da amostra apresentou a saúde mental em moderado/languishing, demandando ações de promoção (moderado) e de recuperação (languishing).

Palavras-chave: saúde mental, apatia, Languishing, covid-19; servidores públicos

Abstract

During the COVID pandemic, there was a rise in terms such as languishing (an emotional state between depression and anxiety, translated as deep apathy). Therefore, this sectional study (May to October 2022) aims to analyze the mental health of employees of the Department of Health of Rio Grande do Norte, RN, Brazil, using the modified Short Continuous Mental Health Form (MHC), which measures the frequency of languishing and analyze the association, using Pearson’s Chi-Square test, between languishing x socioeconomic profile and languishing x work characteristics during the COVID-19 period. To this end, a sample of 88 employees (estimated by N=974, confidence level 95%, margin of error 10%) of the Department of Health of RN in 2022 was composed. As a result, an increase in demand for activities was identified in the period critical of COVID-19, according to 80.7% of respondents; 65.9% reported an episode of contamination. The main difficulties in the work were: remote nature, physical structure, and social distancing. Age and stocking time were significantly associated with languishing; 51.2% of the sample presented moderate/languishing mental health, requiring promotion (moderate) and recovery (languishing) actions.

Keywords: mental health, apathy, Languishing, COVID-19, government employees

Resumen

Durante la pandemia de COVID, hubo un auge de términos como languishing (un estado emocional entre depresión y ansiedad, traducido como apatía profunda). Por lo tanto, este estudio seccional (mayo a octubre de 2022) tiene como objetivo analizar la salud mental de los empleados de la Secretaría Pública del Estado de Rio Grande do Norte, RN, Brasil, utilizando el Formulario Corto Continuo de Salud Mental (MHC) modificado, que mide la frecuencia de languishing, y analizar la asociación, mediante la prueba Chi-Cuadrado de Pearson, entre languishing x perfil socioeconómico y languishing x características laborales durante el período de COVID-19. Para ello, se compuso una muestra de 88 empleados (estimado por N=974, nivel de confianza 95%, margen de error 10%) de la Secretaría Pública Estatal de RN en el año 2022. Como resultado, se identificó un aumento en la demanda de actividades en el período crítico de COVID-19, según el 80,7% de los encuestados; y el 65,9% refirió algún episodio de contaminación. Las principales dificultades en el trabajo fueron: la lejanía, la estructura física y el distanciamiento social. La edad y el tiempo de almacenamiento se asociaron significativamente con languishing. El 51,2% de la muestra presentó salud mental en moderado/languishing, requiriendo acciones de promoción (moderada) y recuperación (languishing).

Palabras clave: salud mental, apatía, Languishing, COVID-19, funcionario publico

Introdução

Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2021), em dezembro de 2019, foi identificado o novo coronavírus (SARS-CoV-2) na cidade de Wuhan, na China, agente etiológico da covid-19, doença caracterizada por um quadro clínico variando de infecções assintomáticas a quadros graves. A covid-19, iniciada como epidemia, passou a atingir toda a população mundial, configurando-se em uma pandemia. Não obstante, em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) configurou a covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) (OPAS, 2021). Assim, diversas estratégias tiveram de ser adotadas no mundo inteiro por parte dos governantes e profissionais de saúde para mitigação dos casos e preparação dos Sistemas de Saúde para intervir no contexto pandêmico de alta morbidade e mortalidade, ocasionando impactos sociais, econômicos, culturais e políticos (Aquino et al., 2020).

Em meio à alta transmissibilidade do vírus e aos casos assintomáticos, houve mudanças no cotidiano de toda a população e adoção de medidas, como o distanciamento social, home office, uso de máscaras, álcool em gel, entre outras (Aquino et al., 2020). No tocante ao contexto laboral, enquanto alguns profissionais puderam aderir à modalidade de trabalho remoto, outros não tiveram esta opção. Entre eles, destacam-se os profissionais de saúde, os quais enfrentam, desde antes da pandemia, condições de baixos salários, sobrecarga de trabalho, falta de equipamentos, havendo um contexto que propicia a desmotivação e insatisfação, podendo levar ao adoecimento do trabalhador (Castro & Pontes, 2021).

Durante a pandemia da covid, além do aumento da frequência de doenças mentais popularmente conhecidas, houve a ascensão de termos como o definhamento (languishing). O definhamento é um estado emocional que está entre a depressão e a ansiedade, podendo ser traduzido como uma apatia profunda (Cândido, 2022). O termo languishing ficou popular a partir de abril de 2021, quando o psicólogo e escritor norte-americano Adam Grant resolveu usá-lo para descrever como se sentia (Marasciulo, 2021). Esse estado emocional possui como sintomas mais comuns: estagnação, a falta de propósito e de motivação, dificuldade de concentração e queda de rendimento no trabalho (Queiroz, 2021). Assim, tal termo tem sua definição intrinsecamente relacionada ao conceito de saúde mental, como um contínuo composto de três faixas: o estado de flourishing (combinação de bem-estar emocional e funcionamento positivo), moderado e languishing (não percepção de bem-estar emocional e de um bom funcionamento) (Matos et al., 2010).

Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos da Burocracia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que ouviu 1.829 profissionais de saúde de diversos campos em todas as partes do país, sendo médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, fisioterapeutas, entre outros, 80% deles relataram que tiveram algum problema de saúde mental ao longo do último ano (Mello, 2021). Sejam da linha de frente ou não, os profissionais da saúde sofreram com a exaustão provocada pela sobrecarga de trabalho, com o medo de contrair a covid-19 e de transmiti-la para familiares e amigos. Soma-se a isto, as condições de trabalho precárias que já faziam parte das atividades laborais, fatores que podem acarretar o sofrimento psicológico e o desenvolvimento do “definhamento emocional”.

Dessa forma, o presente estudo objetivou identificar a frequência de languishing (definhando) em servidores atuantes no nível central da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (SESAP/RN), no ano de 2022, bem como analisar os fatores que são possivelmente ­associados ao referido estado emocional. Portanto, intencionou contribuir para analisar as potenciais consequências da pandemia da covid-19 para a saúde mental dos servidores e, por consequência, os impactos nos processos de trabalho dos profissionais de saúde atuantes no nível central da SESAP/RN. A pesquisa buscou evidenciar servidores atuantes no âmbito do nível central desta, tendo em vista que a maioria dos estudos enfatizam profissionais da assistência.

Método

Estudo descritivo e analítico, de abordagem quantitativa e corte seccional realizado no período de maio a outubro de 2022, desenvolvido no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte. A estruturação organizacional dessa secretaria está discriminada no Decreto n. 30.145, de 17 de novembro de 2020 (SESAP/RN, 2020). Assim, foi realizada a técnica da amostragem para selecionar os participantes do estudo.

No caso, o quantitativo amostral foi estimado a partir do número total de servidores lotados na secretaria, excetuando desta contagem estagiários e servidores afastados no período supracitado. Assim, a partir dos dados do quantitativo de servidores (974), grau de confiança de 95% e margem de erro de 10%, foi obtido o tamanho da amostra (88). Por sua vez, houve uma composição não probabilística da amostra. Os critérios de inclusão dos participantes do estudo foram: atuar na Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte há, no mínimo, 12 meses, não estar em período de férias no período da coleta de dados, não estar acometido por doenças ou agravos incapacitantes para responder ao questionário do estudo. Os critérios de exclusão foram: estar na SESAP/RN exercendo a função de estagiário, estar afastado no período da coleta de dados.

Os participantes da pesquisa responderam a um questionário baseado no Formulário Curto Contínuo de Saúde Mental (Keyes et al., 2008; Monteiro et al., 2020). Assim, o questionário continha perguntas para: caracterizar o estado emocional (florescente, moderado, definhando), o perfil (sexo, idade, escolaridade, local de lotação, cargo, função, tempo que atua na função) e as atividades laborais do servidor respondente durante o período pandêmico. Essas perguntas foram estruturadas em quatro seções, sendo: 1 – perfil do respondente, 2 – perfil do trabalho realizado na Secretaria, 3 – exercício do trabalho no período da covid-19 e 4 – Formulário Curto Contínuo de Saúde Mental (MHC).

O Formulário Curto Contínuo de Saúde Mental (MHC) é uma escala que mede o bem-estar emocional composto de 14 itens, em que cada um desses itens pode ser pontuado entre 0 e 5, o que significa que a pontuação total da escala pode variar de 0 a 70 pontos. O resultado, obtido por meio das respostas dos sujeitos nas diferentes dimensões (Bem-Estar Emocional, Bem-Estar Social e Bem-Estar Psicológico), permite categorizar os respondentes em florescimento, languishing e saúde mental moderada (Lopes, 2016). Na dimensão Bem-Estar Emocional, se o indivíduo responder a um dos três itens “quase todos os dias” ou “todos os dias” e responder a seis itens em 11 das dimensões Bem-Estar Social e Psicológico “quase todos os dias” ou “todos os dias”, é categorizado em florescimento. Já se responder na dimensão bem-estar emocional a um dos três itens “nunca” ou “uma vez ou duas” e responder a seis itens das dimensões bem-estar social e psicológico “nunca” ou “uma vez ou duas” é categorizado em languishing. Por fim, caso o sujeito não seja categorizado em nenhuma das categorias anteriores, será categorizado em saúde mental moderada. Por ­conseguinte, pontuações mais altas indicam um nível mais alto de Bem-Estar Emocional, caracterizando o flourishing (florescimento) (Lopes, 2016).

O questionário foi encaminhado aos servidores por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI), bem como via WhatsApp®, utilizando a ferramenta Google Forms®. Junto ao questionário, foi encaminhado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O período da coleta foi de 31 de maio a 19 de outubro de 2022. Os dados coletados foram analisados de forma descritiva pelo cálculo das frequências absolutas e relativas, bem como pelas medidas de tendência central das variáveis numéricas (média, desvio-padrão). Em seguida, procedeu-se a análise bivariada, a fim de verificar possíveis associações entre a variável dependente principal (estado de saúde mental) e as variáveis independentes (sexo, idade, estado civil, raça/etnia e escolaridade, lotação em outro setor, exercício de trabalho diretamente na assistência às pessoas, episódio de contaminação pela covid-19, intensidade das demandas do setor de trabalho), por meio do Qui-Quadrado de Pearson, e a magnitude de associação, com auxílio do Programa PSPP®. O PSPP é um software livre para análise de dados, destinado a ser uma alternativa para o IBM SPSS® (Statistical Package for the Social Science), possuindo uma interface gráfica de usuário e interface de linha de comando.

No caso, para contemplar as condições para a aplicação do teste Qui-Quadrado para rejeitar a hipótese nula de não relação do estado de saúde mental com as variáveis independentes analisadas, as variáveis numéricas foram recodificadas em variáveis categóricas, tendo por ponto de corte a média, e a variável dependente estado de saúde mental foi recodificada de modo a constituir-se em variável dicotômica segundo questões conceituais. Assim, foi realizado o teste Qui-Quadrado de Pearson em meio às condições de: cruzamento de variável dependente categórica e variável independente categórica com valor de amostra maior que 20 e, na distribuição, não haver elemento da tabela 2x2 com valor menor que 5. Para o desenvolvimento do teste, considerou-se um intervalo de confiança de 95% e um p valor menor que 5%.

Ainda, em relação à seção III do formulário com uma pergunta subjetiva para identificar fatores tidos como principais dificuldades encontradas no local de trabalho durante a pandemia da covid-19, segundo os respondentes, para apresentação desses resultados, foi construída uma nuvem de palavras com auxílio do Mentimeter®. A nuvem de palavras consiste em uma representação gráfico-visual, a qual expressa a frequência das palavras em um texto. Assim, quanto mais essa palavra se repetir, mais chamativa será sua representação no gráfico (Vilela, Ribeiro e Batista, 2020). Por conseguinte, as palavras de maior destaque evidenciam os fatores mais frequentemente arrolados.

Considerações Éticas

Em virtude da participação de seres humanos, o protocolo do estudo foi avaliado e aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n. 5.389.141), conforme Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Ainda houve conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, Lei n. 13.709/2018, sendo assegurado o sigilo das informações fornecidas, direito de solicitar a exclusão de uso de dados no estudo e garantia de uso dos dados apenas para fins científicos.

Resultados e Discussão

O questionário encaminhado para os servidores lotados no nível central da SESAP/RN no ano de 2022, com a pretensão de identificar a frequência de languishing (definhando), obteve 114 respostas.

No entanto, considerando-se os critérios de inclusão de tempo mínimo de lotação dos respondentes na secretaria, abrangendo o período pandêmico, bem como que esses deveriam ser servidores (cargo comissionado ou efetivo), foram retirados 26 respondentes, os quais não atendiam aos critérios estabelecidos. Inicialmente, o critério de inclusão quanto ao tempo mínimo era de dois anos de lotação. Todavia, tendo em vista a baixa adesão dos servidores, possivelmente relacionada ao maciço número de questionários digitais encaminhados nos últimos anos com a pandemia da covid-19, reduziu-se o tempo de lotação para um ano. Ainda assim, alcançou-se o quantitativo amostral estipulado de 88 servidores.

Portanto, os resultados captados por este estudo caracterizam a amostra participante em uma perspectiva descritiva, para, em seguida, discorrer sobre os resultados dos testes de verificação da associação entre as variáveis dependente e independentes.

Análise Descritiva

Perfil do servidor, do trabalho realizado na Secretaria e o exercício do trabalho no período da covid-19

A caracterização da amostra quanto aos dados sociodemográficos, setor de lotação e exercício do trabalho no período da covid-19 está presente, respectivamente, nas tabelas 1, 2 e 3.

Tabela 1

Caracterização do Perfil Sociodemográfico dos Respondentes quanto a Sexo, Etnia, Escolaridade e Estado Civil. Natal, RN, 2022

Variável

n (%)

Sexo

Feminino

70 (70,5)

Masculino

18 (29,5)

Raça/Etnia

Branca

46 (52,3)

Preta

3 (3,4)

Parda

36 (40,9)

Amarela

2 (2,3)

Indígena

1 (1,1)

Escolaridade

Ensino Médio completo

8 (9,1)

Ensino Superior

19 (21,6)

Pós-Graduação (Especialização)

44 (50,0)

Mestrado

13 (14,8)

Doutorado

4 (4,5)

Estado civil

Solteiro(a)

33 (37,5)

Casado(a)

37 (42,0)

Divorciado(a)

9 (10,2)

União Estável

9 (10,2)

Variável

Limite mínimo – limite máximo (média ± d.p)

Idade (anos)

23-64 (44 ± 10,92)

Nota. d.p: Desvio-padrão.

Fonte: Autoria Própria (2022).

Assim, identificou-se a predominância de mulheres, evidenciando o fenômeno da “feminização” da força de trabalho na área da saúde no Brasil. O termo “feminização” pode ser entendido como o aumento da presença do sexo feminino em uma profissão ou ocupação (aspecto quantitativo), bem como a transformação qualitativa do valor social dessas ocupações (Hernandes & Vieira, 2020).

Não obstante, o aumento da inserção das mulheres no mercado de trabalho não tem representado uma redução significativa das desigualdades entre os gêneros neste mercado, já que a maioria dos trabalhos femininos continuam em alguns setores de atividades, como os serviços domésticos, administrativos, na área social, na educação e na saúde, em geral (Wermelinger et al., 2010). Na medida em que aumenta a presença feminina, a ocupação passa a ser considerada menos qualificada, e as remunerações e o prestígio social da profissão decrescem, refletindo um paradigma machista de uma sociedade patriarcal.

Especificamente, em se tratando de inserção no mundo do trabalho em saúde, historicamente, as mulheres têm sido associadas a profissões ligadas ao “cuidado”. Neste sentido, dados divulgados em 2020, pela Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, identificam o sexo feminino como a principal força de trabalho da saúde, representando 65% dos mais de seis milhões de profissionais ocupados no setor público e privado, tanto nas atividades diretas de assistência em hospitais quanto na Atenção Básica (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, 2020).

Além disso, a caracterização evidencia a preponderância das etnias branca e parda, sendo a minoria da raça preta. Observando-se a escolaridade, 69,3% têm pós-graduação. Assim, pode-se dizer que os servidores da amostra refletem um padrão de emprego no Brasil, país com grandes iniquidades e, por este motivo, detentor de políticas de equidade para buscar ampliar o acesso da população preta às instituições públicas federais de ensino médio e superior. Portanto, a minoria preta em um ambiente de trabalho de maioria branca de alta escolaridade aponta para a discussão das intersecções em saúde.

A amostra apresenta um equilíbrio entre pessoas em que se infere possuírem companheiro, seja civilmente casadas ou em união estável (46%) e sem companheiro na perspectiva civil, solteiros e divorciados (42%). Este perfil de estado civil é um fator importante ao verificar frequência de languishing, uma vez que há a hipótese de maior sofrimento mental de pessoas que estavam sozinhas durante a pandemia. No caso, esta verificação foi realizada, sendo os resultados na análise bivariada apresentados no tópico seguinte.

Por fim, quanto à idade, há uma preponderância de adultos, sendo a média de 44 anos e desvio-padrão de ±10,92. Assim, são pessoas em idade ativa laboral com certa distância para o período de aposentadoria. Em 2022, pela legislação vigente, além de um tempo mínimo de contribuição, a idade mínima necessária para solicitar aposentadoria ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens (Decreto nº 10.410, 2020).

Ainda, em relação à discussão sobre a expectativa de vida útil no trabalho, os dados do perfil de trabalho realizado na secretaria evidenciam uma média de 7,38 anos (± 6,905) de tempo de atuação na função, configurando servidores com longo tempo de serviço na instituição. Isto pode levar à inferência sobre vínculo não precário. Todavia, há cargos comissionados na secretaria, portanto, vínculos precários, devendo ser realizada esta ressalva, uma vez que ocasiona rotatividade no órgão, sendo outro potencial fator de desgaste ocupacional.

Analisando o setor de lotação, vide Tabela 2, verificou-se uma maior frequência de respostas provenientes da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, perfazendo 42,045%.

Tabela 2

Caracterização da Amostra de Respondentes segundo o Setor de Lotação dos Servidores. Natal, RN, 2022

Setor

n

%

ASCOM

1

1,136

AUDITORIA

1

1,136

CAS

7

7,954

CGTES

9

10,226

COADI

1

1,136

CORSA

4

4,545

CVS

37

42,045

DPIPS

7

7,954

DPLAN

2

2,272

ESPRN

2

2,272

FES

9

10,227

GABINETE

1

1,136

OUVIDORIA

4

4,545

UGTSIC

3

3,409

Total

88

100

Nota. ASCOM: Assessoria de Comunicação / CAS: Coordenadoria de Atenção à Saúde / CGTES: Coordenadoria de Gestão no Trabalho e Educação na Saúde / COADI: Coordenadoria de Administração e Infraestrutura / CORSA: Coordenadoria de Regulação em Saúde e Avaliação / CVS: Coordenadoria de Vigilância em Saúde / DPIPS: Diretoria de Políticas Intersetoriais e Promoção à Saúde / DPLAN: Diretoria de Planejamento / ESPRN: Escola de Saúde Pública / FES: Fundo Estadual de Saúde / NESST: Núcleo Estadual de Atenção à Segurança e à Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora / QVT: Qualidade de Vida no Trabalho/ UGTSIC: Unidade de Gestão da Tecnologia e Informação.

Fonte: Autoria própria (2022).

O maior quantitativo da Coordenadoria de Vigilância à Saúde, possivelmente, ocorreu por dois fatores: a CVS é uma das maiores coordenadorias da SESAP/RN e a inserção da pesquisadora no setor. Segundo dados fornecidos pela SESAP/RN para estimar a população-alvo do estudo, o setor possui 294 servidores, entre cargos efetivos, comissionados e temporários. Quanto à inserção da pesquisadora, infere-se sobre a maior adesão dos colegas desta, ­mediante o contexto de saturação com pesquisas em questionários online. Com a pandemia da covid-19 e as restrições impostas pelas medidas de distanciamento social, os meios digitais foram essenciais para a continuidade de algumas atividades.

No entanto, o uso em excesso dos equipamentos virtuais e o rápido envio e recebimento de informações suscitaram impactos ao bem-estar dos indivíduos. No caso, o cansaço ocasionado pelas interações virtuais foi denominado de “Zoom Fatigue” (Wolf, 2020). Tal condição esteve, provavelmente, presente na amostra, conforme os resultados relacionados às dificuldades no exercício do trabalho durante a pandemia da covid, apresentados a seguir.

No sentido da caracterização do exercício do trabalho no período da covid-19 (período de 2020 até os dias atuais), apresenta-se a Tabela 3.

Tabela 3

Caracterização do Exercício do Trabalho no Período da Covid-19. Natal, RN, 2022

Variável

n (%)

Lotação em outro setor

Sim

11 (12,5)

Não

77 (87,5)

Exercício de trabalho diretamente na assistência a pessoas

Sim

10 (11,4)

Não

78 (88,6)

Episódio de Contaminação pela covid-19

Sim

58 (65,9)

Não

30 (34,1)

Intensidade das demandas do setor de trabalho

Aumento

71 (80,7)

Permanência

12 (13,6)

Redução

5 (5,7)

Fonte: Autoria própria (2022).

Diante dos dados, observa-se que a maioria dos respondentes atuava apenas no setor gerencial da SESAP/RN (88,6%) durante o momento da coleta dos dados. Esses servidores não tiveram, em sua maioria, mudança de lotação (87,5%). Todavia, 80,7% indicaram aumento da demanda de atividades no período crítico da covid-19 e episódio de contaminação (65,9%). Ao considerar o significativo estresse advindo de uma profunda mudança no comportamento social como um todo, não apenas no contexto laboral e a elevada mortalidade e morbidade da covid-19 durante o período crítico, prévio ao acesso às vacinas, pode-se inferir um ambiente organizacional desafiador ao equilíbrio emocional dos trabalhadores.

Ademais, partindo-se para a especificação dos fatores arrolados pelos respondentes como principais dificuldades encontradas no local de trabalho durante a pandemia da covid-19, apresenta-se a nuvem de palavras da Figura 1.

Figura 1

Principais Dificuldades Encontradas no Local de Trabalho durante a Pandemia da Covid-19 na Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN, no ano de 2022

Fonte: Autoria própria (2022).

A visualização da nuvem destaca o trabalho remoto, a estrutura física e o ­distanciamento social como as dificuldades encontradas no local de trabalho mais frequentemente mencionadas.

O trabalho remoto é realizado a distância, utilizando os equipamentos disponíveis por meio das tecnologias de informação (Araújo & Lua, 2021). Diante da pandemia da covid-19 e da necessidade de conter a disseminação do vírus, essa modalidade de trabalho foi necessária para a continuidade das atividades em diversos setores.

No entanto, diante do cenário epidemiológico, não houve uma capacitação prévia para os servidores realizarem as atividades a distância, sendo ainda mais difícil para aqueles que não tinham experiências com o uso das tecnologias. Além disso, o espaço doméstico e familiar foi atravessado pela rotina de trabalho, sendo, muitas vezes, desrespeitada a carga horária, por meio das longas reuniões remotas, ligações e mensagens fora do horário de expediente (Araújo & Lua, 2021).

Quanto à estrutura física, é importante ressaltar que o prédio sede da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte encontra-se em reforma desde outubro de 2018 e ocorre com os servidores trabalhando expostos a ruídos externos e poeiras, sendo um fator que, possivelmente, pode provocar a desmotivação do trabalhador.

Além disso, vale destacar os impactos do distanciamento social para a saúde mental dos indivíduos. Apesar de ser uma das medidas não farmacológicas mais eficazes para conter a transmissão do vírus, já que evita o contato com pessoas contaminadas, também provoca o adoecimento psíquico e mudanças no modo de vida dos indivíduos (Malta et al., 2021).

Conforme estudo realizado por Malta et al. (2021) com o objetivo de analisar a adesão ao distanciamento social, as repercussões no estado de ânimo e as mudanças nos estilos de vida da população adulta brasileira durante a pandemia da covid-19, avaliando 45.161 indivíduos em relação ao estado de ânimo, 41,2% dos brasileiros sentiam-se isolados, 41,3% ansiosos e 35,2% tristes ou deprimidos.

Assim, os fatores citados acima, associados ao estresse do período atípico vivenciado, contribuem para o adoecimento do trabalhador, sendo potenciais causadores do languishing.

Perfil captado pelo Formulário Curto Contínuo de Saúde Mental (MHC-SF)

Especificamente em relação ao perfil do estado emocional dos respondentes, identificaram-se 48,9% (43) como em florescendo (flourishing), 36,4% (32) como moderado e 14,8% (13) em definhando (languishing).

Assim, verificou-se cerca de 51,2% dos servidores como em uma faixa de alerta (moderado) e de presença do languishing. No caso, o moderado configura em potencial fator para o languishing e os 14,8% dos servidores já estariam na faixa extrema do contínuo da saúde mental que demanda uma intervenção na perspectiva da recuperação da saúde, enquanto o moderado, de proteção e promoção da saúde.

Por conseguinte, há a pertinência de mencionar a necessidade de articulação com a vigilância à saúde do trabalhador da própria SESAP. O definhamento ou a apatia profunda pode provocar estagnação, falta de propósito e de motivação, dificuldade de concentração e queda de rendimento no trabalho, suscitando intervenções. Não obstante, um indivíduo identificado como em florescimento, pelo modelo de Keyes, é mais funcional do que pessoas em saúde mental moderada ou em languishing (Keyes, 2005, 2007 citado por Lopes, 2016).

Além disso, conforme Lopes (2016), em estudo com o objetivo de diferenciar as diferentes abordagens do bem-estar (subjetivo, psicológico, hedónico e eudemônico), indivíduos em florescimento num período de tempo de 12 meses apresentam um menor número de dias perdidos ao emprego e mais produtividade no trabalho. Neste sentido, os percentuais moderado e languishing em si denotam cuidados e ações efetivas.

Ademais, em estudo realizado com o objetivo de caracterizar a saúde mental de uma população jovem, focada na análise dos níveis de psicopatologia, bem como nos níveis de saúde mental positiva, foi verificado que os participantes apresentaram baixos níveis de psicopatologia (depressão, ansiedade e estresse) e níveis elevados de saúde mental positiva (Monte et al, 2015). Dessa forma, pode-se inferir que indivíduos em flourishing estão menos propensos ao adoecimento mental.

De fato, há uma Política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, instituída pela Portaria GM/MS n. 1.823, de 23 de agosto de 2012, que define os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando à promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores e à redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos (Portaria nº 1.823, 2012).

É importante ressaltar que, no período de aplicação do questionário, o Rio Grande do Norte encontrava-se retomando as atividades presenciais, vivenciando um período de controle da pandemia, já que a flexibilização no uso de máscaras foi decretada em março de 2022. Por conseguinte, o cenário favorecia menores frequências de languishing.

Análise Bivariada

No sentido de verificar possíveis associações entre a presença de languishing e variáveis independentes captadas no estudo, primeiramente, as variáveis não dicotômicas foram ­recategorizadas para dicotômicas, considerando a questão conceitual para as categóricas e o valor da média como ponto de corte das numéricas.

Assim, realizou-se a análise bivariada pelo teste Qui-Quadrado de Pearson em se tratando de variáveis categóricas dicotômicas e uma amostra maior que 20; e, na distribuição, nenhum elemento da tabela 2x2 apresentou valor menor que 5.

Especificamente, no caso da variável dependente, a escala emocional de Keyes que apresenta três categorias (flourishing, moderado e languishing) foi recodificada em duas: flourishing e moderado/languishing. Assim, realizados os cruzamentos, somente as variáveis independentes idade e tempo de lotação categorizadas apresentaram associação estatística, estando esses resultados discriminados na Tabela 4 a seguir:

Tabela 4

Análise Bivariada da Correlação entre a Variável Dependente e Independente do Estudo que Apresentaram Associação Estatística Segundo a Razão de Prevalência, Intervalo de Confiança e p Valor

Tempo de lotação

Languishing/Moderado

Flourishing

RP

IC (95%)

p

1- 7 Anos

60,4% (32)

39,6% (21)

0,388

(0,161-0,934)

0,033

8-31 Anos

37,1% (13)

62,9% (22)

Idade

Languishing/Moderado

Flourishing

RP

IC (95%)

p

23-44 Anos

65,2% (30)

34,8% (16)

0,277

(0,114-0,671)

0,004

44-64 Anos

34,1% (14)

65,9% (27)

Nota. RP = Razão de Prevalência / IC = Intervalo de confiança / p valor ou erro alfa=p

Fonte: Autoria própria (2022).

Diante dos cruzamentos realizados, as variáveis idade e tempo e lotação foram fatores significantes para o estudo, obtendo-se um valor de P menor do que 1.

Considerando-se que a razão de prevalência é uma medida de associação que visa mensurar a relação de um desfecho binário e variáveis de exposição com delineamento transversal (Papaléo, 2009), identificamos que as variáveis idade e tempo de lotação foram fatores de proteção para o languishing, visto que ambas resultaram em RP<1. Portanto, quanto maior a idade ou o tempo de lotação na secretaria, menor a chance de o indivíduo desenvolver languishing.

É importante ressaltar que, conforme pesquisa realizada pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), no período de 9 a 18 de agosto de 2021, com 2.000 participantes, 39% dos respondentes de 18 a 24 anos classificaram a saúde mental durante a pandemia como ruim e 11% como muito ruim, percentual acima da média geral, de 5% e 25%, respectivamente. Assim, observamos que os jovens foram os mais afetados psicologicamente pela pandemia da covid-19 (IPEC, 2021).

Além disso, quanto ao tempo de lotação, é importante ressaltar que a SESAP/RN realizou a convocação de novos servidores do concurso n. 001/2018 diante da pandemia da covid-19. Dessa forma, infere-se que esses profissionais recém-contratados iniciaram as atividades em um período atípico na secretaria.

Conforme revisão sistemática realizada por Sanghera et al. (2020), entre 31 de dezembro de 2019 e 17 de julho de 2020, que investigou a prevalência da condição de saúde mental dos trabalhadores da saúde e o impacto dos resultados nesses profissionais durante a pandemia do SARS-COV2, foi identificada a prevalência de 6 condições de saúde mental nos trabalhadores de saúde durante a pandemia em 15 países, sendo elas: depressão, ansiedade, insônia, reação aguda ao estresse, síndrome de burnout e transtorno do estresse pós-traumático, sendo os enfermeiros e médicos os mais acometidos. A ansiedade esteve presente em 12,3% a 35,6% dos casos avaliados, estando dentre os principais fatores de risco para essa condição clínica a pouca experiência profissional (menor que 10 anos) e profissionais jovens (<35 anos) (Pereira et al., 2021).

É importante ressaltar que, ao categorizar as variáveis de estado civil em “com companheiro”, unificando união estável com casado, e “sem companheiro”, com viúvo, solteiro e divorciado, obteve-se que 52,2% das pessoas com companheiro encontram-se em flourishing e 47,8% em languishing ou moderado. Já as pessoas sem companheiro encontram-se 45,2% em flourishing e 54,8% em languishing ou moderado.

No entanto, é importante ressaltar que, no presente estudo, ao cruzar as variáveis de saúde mental (flourishing, languishing e moderado) com o estado civil, não houve significância.

Assim, tendo em vista que os relacionamentos amorosos podem ser possíveis fatores de proteção ou de risco para a saúde mental, já que se vinculam aos sentimentos e comportamentos nas relações amorosas, que podem contribuir tanto para a qualidade de vida como para problemas individuais e conjugais (Schlösser, 2014), infere-se que as pessoas sem companhia ou relacionamentos amorosos estão mais propensas a sofrimentos psíquicos.

Conclusão

A maioria dos servidores (51,2%) não se encontra em bem-estar emocional, apresentando a saúde mental em moderado/languishing, demandando ações de promoção (moderado) e de recuperação (languishing), o que pode ser consequência dos potenciais fatores de estresse, os quais estiveram expostos nos últimos anos devido à pandemia da covid-19.

Ademais, para além das condições impostas pelo período pandêmico, como a necessidade do distanciamento social, o trabalho remoto e o medo da contaminação, os servidores da SESAP/RN foram expostos ao aumento das demandas de trabalho.

É importante ressaltar que o tempo de lotação e a idade foram identificados como fatores de proteção para o languishing. Com isso, quanto maior a idade ou o tempo de lotação do servidor na Secretaria, menor a chance de este desenvolver o adoecimento emocional. Vale ressaltar que, no período mencionado, a Secretaria havia realizado a contratação de novos servidores devido à pandemia da covid-19, assim, esses adentraram no serviço em um cenário atípico.

Quanto às limitações da pesquisa, destacam-se a escassez de estudos sobre o tema (languishing/flourishing), bem como a dificuldade de obter respostas ao formulário encaminhado para os servidores. Neste sentido, houve necessidade de extensão do período de coleta de dados para atingir uma amostra significativa.

Por conseguinte, os autores sugerem o desenvolvimento e a publicização de estudos que abordem a temática do languishing tal qual houve com estudos de burnout. De fato, cada vez mais são identificados agravos que acometem o bem-estar emocional das pessoas à medida que o campo da Saúde mental avança. No tocante às dificuldades de resposta em meio ao desgaste com questionários eletrônicos, sugere-se a aplicação de formulários, ou seja, o pesquisador indo a campo aplicar o instrumento e a realização de pesquisas de abordagem qualitativa por meio de entrevistas e grupos focais. Com isto, será possível avançar na compreensão do languishing e suas diferenças quanto ao burnout, por exemplo. Além disto, é indicada a aplicação periódica do instrumento de pesquisa utilizado para verificar possíveis mudanças na população de estudo e construir séries históricas para apoiar os serviços de atenção à saúde ocupacional.

Referências

Aquino, E. M. L., Silveira, I. H., Pescarini, J. M., Aquino, R., Souza-Filho, J. A. de, Rocha, A. dos S., Ferreira, A., Victor, A., Teixeira, C., Machado, D. B., Paixão, E., Alves, F. J. O., Pilecco, F., Menezes, G., Gabrielli, L., Leite, L., Almeida, M. da C. C. de, Ortelan, N., Fernandes, Q. H. R. F., & Ortiz, R. J. F. (2020). Medidas de distanciamento social no controle da pandemia de COVID-19: Potenciais impactos e desafios no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 25(1), 2423–2446. https://doi.org/10.1590/1413-81232020256.1.10502020

Araújo, T. M. de, & Lua, I. (2021). O trabalho mudou-se para casa: Trabalho remoto no contexto da pandemia de COVID-19. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 46, e27. https://doi.org/10.1590/2317-6369000030720

Cândido, D. (2022, Janeiro 7). Languishing: Especialista alerta sobre estado de apatia que cresceu durante a pandemia. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. https://www.uncisal.edu.br/noticias/languishing-especialista-alerta-sobre-estado-de-apatia-que-cresceu-durante-a-pandemia#:~:text=A%20pandemia%20est%C3%A1%20criando%20novas,definhamento%20ou%20uma%20apatia%20profunda

Castro, J. L., & Pontes, H. J. C. (2021). A importância dos trabalhadores da saúde no contexto COVID-19. In A. O. Santos (Org.), Profissionais de saúde e cuidados primários (pp. 41–53). Conass. https://www.conass.org.br/biblioteca/download/7879/

Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (2020, Março 10). Protagonismo feminino na saúde: Mulheres são a maioria nos serviços e na gestão do SUS. COSEMS/SP. https://www.cosemssp.org.br/noticias/protagonismo-feminino-na-saude-mulheres-sao-a-maioria-nos-servicos-e-na-gestao-do-sus/

Decreto nº 10.410, de 30 de junho de 2020. (2020). Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Presidência da República. https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.410-de-30-de-junho-de-2020-264503344

Hernandes, E. S. C., & Vieira, L. (2020). A guerra tem rosto de mulher: Trabalhadoras da saúde no enfrentamento à Covid-19. ANESP. http://anesp.org.br/todas-as-noticias/2020/4/16/a-guerra-tem-rosto-de-mulher-trabalhadoras-da-sade-no-enfrentamento-covid-19

Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica. (2021). Pesquisa sobre saúde mentalCDN/Pfizer. https://www.ipec-inteligencia.com.br

Keyes, C. L. M., Wissing, M., Potgieter, J. P., Temane, M., Kruger, A., & van Rooy, S. (2008). Evaluation of the mental health continuum–short form (MHC–SF) in setswana-speaking South Africans. Clinical Psychology & Psychotherapy, 15(3), 181–192. https://doi.org/10.1002/cpp.572

Lopes, G. M. F.D. (2016). Florescimento psicológico e sentido na vida: Que relações? Validação preliminar da escala MHC-SF. [Dissertação de Mestrado, Instituto Universitário, Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa, Portugal]. https://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/5107

Marasciulo, M. (2021, Outubro 27). Languishing”: O que é o transtorno de saúde mental causado pela pandemia”. Revista Galileu. https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2021/10/languishing-o-que-e-o-transtorno-de-saude-mental-causado-pela-pandemia.html

Malta, D. C., Gomes, C. S., Szwarcwald, C. L., Barros, M. B. de A., Silva, A. G. da, Prates, E. J. S., Machado, Í. E., Souza, P. R. B. de, Júnior, Romero, D. E., Lima, M. G., Damacena, G. N., Azevedo, L. O., Pina, M. de F., Werneck, A. O., & Silva, D. R. P. da. (2021). Distanciamento social, sentimento de tristeza e estilos de vida da população brasileira durante a pandemia de Covid-19. Saúde Em Debate, 44, 177–190. https://doi.org/10.1590/0103-11042020e411

Mello, D. (2021). Pandemia impacta saúde mental de profissionais da linha de frente. https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-04/pandemia-impacta-saude-mental-de-profissionais-da-linha-de-frente

Monte, K., Fonte, C., & Alves, S. (2015, Fevereiro). Saúde mental numa população não clínica de jovens adultos: Da psicopatologia ao bem-estar. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, (Ed. Esp. 2), 83–87. https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/7986/1/Artigo%20Monte%2c%20Fonte%20e%20Alves%202015.pdf

Organização Pan-Americana da Saúde. (2020). OMS afirma que COVID-19 é agora caracterizada como pandemia. https://www.paho.org/pt/news/11-3-2020-who-characterizes-covid-19-pandemic

Papaléo, C. D. L. M. (2009). Estimação de risco relativo e razão de prevalência com desfecho binário. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/137772

Pereira, A. C. C., Pereira, M. M. A., Silva, B. L. L., De Freitas, C. M., Cruz, C. S., David, D. B. M, Dos Santos, D. L., Delfraro, D. O., & Ura, F. A. C. (2021). O agravamento dos transtornos de ansiedade em profissionais de saúde no contexto da pandemia da COVID-19. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 4094–4110.

Portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012. (2012, Agosto 23). Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. https://bibliotecadigital.economia.gov.br/

Queiroz, L. (2021, Outubro, 10). Realidade imposta pela pandemia pode gerar transtornos mentais e agravar quadros existentes. Ministério da Saúde. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/outubro/realidade-imposta-pela-pandemia-pode-gerar-transtornos-mentais-e-agravar-quadros-existentes

Sanghera, J., Pattani, N., Hashmi, Y., Varley, K. F., Cheruvu, M. S., Bradley, A., & Burke, J. R. (2020). O impacto do SARS-CoV-2 na saúde mental dos profissionais de saúde em ambiente hospitalar – Uma revisão sistemática. Jornal de Saúde Ocupacional, 62(1), e12175.

Schlösser, A. (2014). Interface entre saúde mental e relacionamento amoroso: Um olhar a partir da psicologia positiva. Pensando Familias, 18(2), 17–33.

Secretaria de Estado de Saúde Pública. (2022). [Organograma]. http://www.adcon.rn.gov.br/ACERVO/sesap/DOC/DOC000000000245095.PDF

Vilela, R. B, Ribeiro, A. & Batista, N. A, (2020). Nuvem de palavras como ferramenta de análise de conteúdo: Uma aplicação aos desafios do mestrado profissional em ensino na saúde. Millenium, 2(11), 29–36. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7668060

Wermelinger, M., Machado, M. H., Tavares, M. D. F. L., Oliveira, E. D. S. D., & Moysés, N. M. N. (2010). A Força de trabalho do setor de saúde no Brasil: Focalizando a feminização. Divulgação em Saúde para Debate, 45, 54–70. http://www.ensp.fiocruz.br/observarh/arquivos/A%20Forca%20de%20Trabalho%20do%20Setor%20de%20Saude%20no%20Brasil%20.pdf

Wolf, C. R. (2020, Maio 14). Virtual platforms are helpful tools but can add to our stress. Psychology today. https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-desk-the-mental-healthlawyer/202005/virtual-platforms-are-helpful-tools-can-add-our-stress.

Recebido em: 11/06/2023
Última revisão: 17/11/2023
Aceite final: 16/12/2023

Sobre os autores:

Flávia Christiane de Azevedo Machado: [Autora para contato]. Doutora e mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professora adjunta do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN. E-mail: flavitamachado@yahoo.com.br, ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1587-2664

Anatália Gomes Duarte Costa: Graduada em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Chefe de Grupo Auxiliar de Assessoria Técnica e Administrativa da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Norte. E-mail: anataliagduarte1@gmail.com, ORCID: https://orcid.org/0009-0007-1516-1412

doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v15i1.2433

Artigos