O que Pode um Psicanalista na Pediatria Oncológica: Do Luto ao Desejo do Analista
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v15i1.2213Palavras-chave:
Psicanálise, Câncer, Pediatria, Ética Clínica, LutoResumo
Este artigo parte das reflexões e dos questionamentos advindos da prática como psicóloga residente no setor pediátrico de um hospital oncológico. Local onde entramos em contato com crianças e adolescentes atravessados pelos efeitos físicos e psíquicos do tratamento do câncer. A partir da orientação ética e teórica psicanalítica, oferecemos um lugar de fala a esses seres, muitas vezes silenciados pela lógica médica. Diante disso, surgem os questionamentos: o que podemos oferecer a essas crianças e esses adolescentes? Como fazer valer a orientação psicanalítica diante da dureza do adoecimento e tratamento oncológico? E, então, o que pode um analista no acompanhamento de crianças e adolescentes com câncer? Com o objetivo de nortear nossas respostas, apresentamos um caso clínico como instrumento para a realização de um estudo teórico-clínico, guiado pelos ensinamentos de Freud e Lacan. O trabalho de luto e o real da clínica guiam a discussão a partir da análise da prática clínica. No retorno à teoria, chegamos ao desejo do analista como função que possibilita a sustentação do nosso trabalho diante do real da clínica oncológica com crianças e adolescentes.
Referências
Alberti, S. (2008). O hospital, o sujeito, a psicanálise – Questões desenvolvidas a partir de uma experiência de dezoito anos no NESA/UERJ. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 11(1), pp. 143–160. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582008000100011&lng=pt&tlng=pt.
Alberti, S. (2019). Psicanálise e Hospital: Uma prática rigorosa. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 22 (número especial). https://revistasbph.emnuvens.com.br/revista/article/view/133/110
Castilho, G., & Bastos, A. (2013). A função constitutiva do luto na estruturação do desejo. Estilos da Clínica, 18(1), pp. 89–106. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282013000100006&lng=pt&tlng=pt
Darriba, V. (2005). A falta conceituada por Lacan: Da coisa ao objeto a. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 8(1), 63–76. https://doi.org/10.1590/S1516-14982005000100005
Freud, S. (2006). Luto e melancolia. In: Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente (L. A. Hanns, trad., Vol. 2, pp. 99–122) Imago. (Trabalho original publicado em 1917).
Freud, S. (2006). Além do princípio do prazer. In Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente (L. A. Hanns, trad., Vol. 2, pp. 123–198) Imago. (Trabalho original publicado em 1920).
Freud, S. (2012). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. In Sigmund Freud Obras Completas (Vol. 11). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1912).
Jorge, M. A. C. (2017). Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan (Vol. 3): A prática analítica (1ª ed). Zahar.
Lacan, J. (1998a). Variantes do tratamento padrão. In Escritos. Zahar. (Trabalho original publicado em 1955).
Lacan, J. (1998b) A direção do tratamento e os princípios de seu poder. In Escritos. Zahar. (Trabalho original publicado em 1958).
Lacan, J. (2009). O Seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. Zahar. (Trabalho original publicado em (1953-1954).
Lacan, J. (2016) O Seminário, livro 6: O desejo e sua interpretação. Zahar. (Trabalho original publicado em 1958-1959).
Lacan, J. (1988) O Seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Zahar. (Trabalho original publicado em 1959-1960).
Lacan, J. (1992) O Seminário, livro 8: A transferência. Zahar. (Trabalho original publicado em 1960-1961).
Lacan, J. (2005) O Seminário, livro 10: A angústia. Zahar. (Trabalho original publicado em 1962-1963).
Lacan, J. (2008) O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Zahar. (Trabalho original publicado em 1964).
Lima, F. B. (2020) O desejo do analista e seus efeitos na clínica em um quartel de Polícia Militar. [Tese de Doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil].
Molina, R. C. M, Varela, P. L. R, Castilho, S. A, Bercini, L. O. & Marcon, S. S. (2007). Presença da família nas unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatal: Visão da equipe multidisciplinar. Escola Anna Nery, 11(3). https://doi.org/10.1590/S1414-81452007000300007
Monteiro, M. C., Magalhães, A. S., Féres-Carneiro, T. & Machado, R. N. (2015). A relação médico-família diante da terminalidade em UTI. Psicologia Argumento, 33(81), pp. 314–329. http://www.innerpsicologia.com.br/arquivos/ARTIGO_FINAL_PSIARG.pdf
Rinaldi, D. (1997). Ética e desejo: Da psicanálise em intensão à psicanálise em extensão. Intersecção Psicanalítica do Brasil. http://www.interseccaopsicanalitica.com.br/doris-rinaldi/
Rinaldi, D. (2017) O desejo do analista na instituição pública de saúde mental. Associação Psicanalítica de Porto Alegre. https://appoa.org.br/correio/edicao/268/8203o_desejo_do_analista_na_instituicao_publica_de_saude_mental/483
Vieira, M. A. (2005) Objeto e desejo em tempos de superexposição. Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica, 8(1), 27–40. https://doi.org/10.1590/S1516-14982005000100002
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.