Gemido dos excluídos: a construção social do adoecimento
DOI:
https://doi.org/10.20435/2177-093X-2016-v8-n2(09)Abstract
Esta pesquisa, desenvolvida na comunidade ribeirinha de Porto da Manga, situada a 76 km da cidade de Corumbá, MS, mostra que o adoecimento é uma construção social de responsabilidade do Estado. No local, vivem aproximadamente 30 famílias, em torno de 200 pessoas, que, na sua maioria, são coletores de iscas, pescadores profissionais e piloteiros. Para a coleta de dados, foram convidadas 55 pessoas, das quais 47 aceitaram responder ao questionário semiestruturado, e oito se recusaram a participar. Como metodologia, foi utilizada a análise qualitativa, com observação participante. A omissão do Estado no campo da saúde, educação, habitação, transporte público e segurança contribui para a produção do adoecimento dos ribeirinhos. Dessa forma, o Estado, que deveria ser gerador de vida, é produtor de adoecimento e morte: não só deixa morrer, mas faz morrer.
Palavras-chave: Comunidade; Coletores de iscas; Construção do adoecimento.
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