Liberdade e Isolamento: Percepção de Dependentes do Álcool e Drogas em Relação ao Tratamento
DOI:
https://doi.org/10.20435/pssa.v1i1.2378Palavras-chave:
comunidade terapêutica, transtornos relacionados ao uso de substâncias, isolamento social, modelos de assistência à saúdeResumo
Introdução: O uso nocivo de álcool e outras drogas tem se tornado um agravo de saúde pública. O objetivo dessa pesquisa foi compreender a percepção de dependentes de álcool e drogas sobre a abordagem terapêutica de dois dispositivos da atenção psicossocial especializada. Método: Estudo descritivo, de abordagem qualitativa. Participaram 15 pessoas, funcionalmente independentes, atendidos pelo Caps AD e comunidade terapêutica. Na coleta dos dados, utilizou-se de entrevista semiestruturada e o material obtido foi analisado pela técnica de Análise de Conteúdo. Resultados: Observou-se percepções positivas e negativas sobre os modelos de tratamento da Rede de Atenção Psicossocial. No entanto, o sentimento de pesar em relação ao período de isolamento e desvinculação territorial presente nas falas referentes à Comunidade Terapêutica (CT), atestam a maior importância atribuída pelos assistidos a esse modelo. Conclusão: Os relatos apontam para uma visão do modelo de tratamento do Caps AD como personificação de saberes e práticas de “cura” ou redução de agravos para dependentes químicos.
Referências
Aguiar, J. S. (2024). Atuação do psicólogo no centro de atenção psicossocial álcool e drogas (CAPS-AD). Revista Cedigma, 1(1), 1–11.
Barbetta, P. A. (2007). Estatística aplicada às Ciências Sociais (7ª ed.). Ed. da UFSC.
Bardi, G., & Garcia, M. L. T. (2022). Comunidades terapêuticas religiosas: Entre a salvação pela fé e a negação dos seus princípios. Ciência & Saúde Coletiva [online], 27(4), 1557–1566.
Barcelos, K. R., Wandekoken, K. D., Dalbello-Araujo, M., & Quintanilha, B. C. A. (2021). Normatização de condutas realizadas pelas Comunidades Terapêuticas. Saúde Debate, 45(128), 130–140.
Bardin, L. (2015). Análise de Conteúdo (1ª ed.) Lisboa: Edições 70, 288p.
Batista, P. V. M. (2020). Comunidade terapêutica na política pública de saúde mental: Tensões e divergências. Research, Society and Development, 9(10), e1679108345.
Borges, C. D., & Schneider, D. R. (2021). Vulnerabilidade, família e o uso de drogas: Uma revisão integrativa de literatura. Psicologia Revista, 30(1), 9–34.
Ministério da Saúde. (2016). Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental no SUS: Cuidado em liberdade, defesa de direitos e rede de atenção psicossocial. Relatório de gestão 2011–2015.
Ministério da Saúde. (2019). Secretaria de Atenção à Saúde. Nota Técnica nº 11/2019. Esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas. http://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2019/02/0656ad6e.pdf
Carlos, M. M., & Gallassi, A. D. (2024). Práticas de articulação de rede na atenção psicossocial: Quais desafios enfrentam os profissionais para matriciar, reunir-se e encaminhar? Interface, 28, e230651.
Corradi-Webster, C. M., Braga, C. M. S, & Dos Santos, M. A. (2020). Consumo de Drogas, Rede e Apoio Social entre Pacientes Psiquiátricos Ambulatoriais. Avaliação Psicológica, 19(2), 132–141. http://dx.doi.org/10.15689/ap.2020.1902.03
Conselho Federal de Psicologia. (2018). Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. Ministério Público Federal. Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas – 2017.
Evangelista, V. M. A., Kadooka, A., Pires, M. L. N., & Constantino, E. P. (2020). Apoio social relacionado ao uso de drogas entre universitários. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, 9(2), 199–211.
Ferreira, F. P., Córdova, Z. V. E., Kern, C. A., & Maia, F.O. (2020). Abstinência e Recaída na Recuperação de Adictos em Tratamento. Revista Multidisciplinar Psicologia, 14(51), 958–974.
De Sousa, R. O., Cavalcante, T. L. B., & Nascimento, E. M. C. (2022). Perfil Epidemiológico do Adolescente Usuário de Crack: Uma Revisão Bibliográfica. Nursing, 22(248), 2565–2571. http://revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/216.
França, M. S. D., Lopes, M. V. D. O., Frazão, C. M. F. D. Q., Guedes, T.G., Linhares, F. M. P., & Pontes, C. M. (2018). Características da rede social de apoio ineficaz: Revisão integrativa. Revista Gaúcha de Enfermagem, 39(201), 1–33. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.20170303.
Fernandes, M., Ribeiro, M., Britto, L., Chaves, J., Carvalho, C., Magalhães, J., & Ribeiro, H. (2018). Caracterização de dependentes químicos em tratamento em uma comunidade terapêutica. Revista de Enfermagem UFPE, 12(6), 1610–1617. https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/230686.
Gomes, G. C., Nascimento, L. A., Morais, D. N., & Sousa, R. B. (2022). Drogas e suas consequências no contexto familiar: O olhar do assistente social e dos usuários do CAPS de Pedreiras-MA. Research, Society and Development, 11(4), e24711427302.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. Censo 2022. https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/
Marconi, M. A., & Lakatos, E. M. (2007). Fundamentos de Metodologia Científica (6ª ed.). Atlas.
Mexko, S., & Benelli, S. J. (2022). A política nacional de saúde mental brasileira: Breve análise estrutural. Em Pauta, 49(20), 33–48.
Minayo, M. C. S. (2010). O Desafio do Conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec / Abrasco.
Nascimento, V. F., Moll, M. F., Silva, R. G. M., Lemes, A. G., Cabral, J. F., Cardoso, T. P., & Luis, M. A. V. (2017). Perspectivas de mulheres em recuperação de drogas sobre o tratamento em uma comunidade terapêutica. Saúde (Sta. Maria). 43(3), 1–11. https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/23677
Portal, P. S. C., Santos, T. O. C. G, Guimarães, S. S. V., Barreiros, M. P., Pinto, R. B., Dias, C. H., Moraes, P. M. O., & Mendonça, X. M. F. D. (2021). Multidisciplinary teams as “technical reference” devices in mental health in caps and care management: An integrative literature review. RSD, 10(6), 210–215. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15747
PINHEIRO, M. E. (2007). A primeira entrevista em psicoterapia. IGT na Rede, Rio de Janeiro, 4(7), 204–216.
Rodrigues, H., Faria, L. S., & Miranda, D. D. C. (2024). As comunidades terapêuticas no combate contra as drogas no município do Rio de Janeiro. Revista Acadêmica Online, 10(53), e273.
Sampaio, M. L., Bispo, & J. P. Junior. (2021). Rede de Atenção Psicossocial: Avaliação da estrutura e do processo de articulação do cuidado em saúde mental. Caderno de Saúde Pública, 37(3), e00042620.
SANTOS, S. R. (1999). Métodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomédica. Jornal de Pediatria, 75, 401–406.
Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares [SMS-GV]. (2019). Secretaria Central. Cartilha de serviços públicos (1ª ed.). [Produzida com recurso do VIGISUS]. Prefeitura Municipal de Governador Valadares.
Schimith, P. B., Murta, G. A. V., & Queiroz, S. S. (2019). A abordagem dos termos dependência química, toxicomania e drogadição no campo da Psicologia brasileira. Psicologia USP, 30, e180085.
Schlemper, B. R. J. (2018). Bioética no acolhimento a dependentes de drogas psicoativas em comunidades terapêuticas. Revista bioética, 26(1), 47–57.
Valle, P. R. D., & Ferreira, J. L. (2025). Análise de conteúdo na perspectiva de Bardin: Contribuições e limitações para a pesquisa qualitativa em educação. Educar em Revista, 41, e49377.
Organização das Nações Unidas. (2021). World Drug Report 2021. United Nations publication. United Nations Office on Drugs and Crime. UNODC. https://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/wdr2021.html
World Health Organization [WHO]. (2021). Mental health atlas 2020. World Health Organization. https://www.who.int/publications-detail-redirect/9789240036703
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os artigos publicados na Revista Psicologia e Saúde têm acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.